Com sua mãe, dona Joana.Foto: Alex Santos |
Em entrevista de Adriana ao blogueiro Alex, ela avalia a gestão da família Simões, desde o pai até a atual, fazendo um resgate histórico dos cenários políticos da cidade. Fala ainda sobre o que pensa a respeito dos outros pré-candidatos ao cargo: Fabiano Marques e João Lopes.
Alex
Santos: Como você avalia a atual gestão do Prefeito Lourival Simões no
município?
Adriana
Araújo: Eu sempre gosto de partir do principio e quem acompanha
política desde o começo da cidade sabe, tem um fato que eu nunca me esqueço,
onde me doeu tanto na época eu senti por mim e pelo povo.
No final lá de Petrolândia Velha o prefeito
era Simões e o vice Itamar e o foi justamente naquela época que o povo ocupou a
barragem para poderem ter o reassentamento porque iriam ficar sem nada só com o
dinheirinho da indenização, não existia nada de projeto para o pessoal da área
rural, isso aconteceu em 1986, onde o próprio povo ocupou a barragem para
poderem ter algum direito, só faltava um ano para a barragem encher, e não
houve apoio nenhum dos políticos da época, o povo foi na raça o as agricultores
daqui da região que seriam prejudicados com o enchimento da barragem.
Estavam lá, Vicente, Eraldo, Elita todo esse
povo. Quando houve a conquista das verbas de manutenção temporária foi isso que
salvou Petrolândia também, dentro de um ano a Chesf construiu todas as
agrovilas todas as estruturas isso com um ano, passou quinze anos fazendo essa
barragem, mas não fez nada para o agricultor, ai quando imprensaram mesmo a
Chesf construiu tudo e foi relocando o pessoal, então primeira coisa: as forças
políticas daqui não se envolveram e era ditadura militar no ano de 1987, quando
finalizou o projeto que o lago iria encher, a gente teria que se mudar de
qualquer forma. O que é que o Pai dele fez, Francisco Simões ganhou cargo no
governo do estado, então foi para lá assumir seu cargo e deixou Itamar, que era
um filho da terra, para assumir os outros dois anos que tinha direito no caso
um acordo entre eles.
Então para mim foi a maior prova de descaso e
de traição com o povo de Petrolândia, um povo que fez ele crescer, ele foi
prefeito na velha Petrolândia, ele sempre foi muito bom em fazer obras, mas
isso pra mim me marcou. Na época tinha apenas 17 anos, me marcou demais, no
momento que Petrolândia mais precisava de seus políticos eles fizeram isso,
Itamar veio para cá, mas infelizmente também sempre ligado à Chesf. Zé Dantas
que também começou a desviar dos projetos mesmo sendo daqui. Nós tínhamos um
jornal do JUP e “colocávamos bom” mesmo até quando conseguimos conscientizar o
povo. Foi quando o povo tirou Zé Dantas e entrou Amadeu, quando ele assumiu foi
quando Simões voltou aí se colocou como vice dele. Na época conseguiu entrar de
novo, aí na eleição seguinte foi quando Simões foi cabeça nesse processo todo,
depois lascaram com Amadeu também, traíram ele também, ele quem levou toda a
bomba de errado que existia no governo, acabaram com ele também e logo após
houve aquela eleição de Simões e o Sr. Cicero Moura, onde houve acordo (...)
ligado a essas questões dos reassentamentos, no caso dos reassentados no
Projeto Apolônio Sales, então quando Sr. Cicero Moura aceitou ele foi com toda
vontade e fez o acordo pra toda essa área rural ser atendida no governo no
Simões, ele disputou a prefeitura ganhou e depois não queria que o Sr. Cicero
Moura se envolvesse. Então ele entregou o cargo. Disse que aceitou ser vice porque
tinha um projeto pra área rural, mas como não queriam fazer entregou a vaga de
vice. Então eu tenho uma grande admiração por ele. Foi o único político aqui,
foi o único homem que teve coragem de se pronunciar contra tudo isso que essa
família faz aqui dentro.
Já na outra eleição seguinte Simões já estava
ameaçado de não ganhar, como ele era muito estrategista, inclusive Marquinhos
(Dr. Marcos, ex-prefeito de Petrolândia), meu amigo de infância, a gente tinha
um grupo político onde a gente sonhava em um dia ter uma representação, aí foi
quando o próprio Simões chamou Marquinhos pra ser vice. Nessa época conversei
muito com ele: “...mas Marquinhos pra
quer você vai fazer isso deixa para uma próxima que a gente tenta”, ele
respondeu: “Não, Adriana, a gente a vezes
tem que aceitar pra depois fazer o que sonha”. Aí respeitei, mas não fui. Ganharam
a eleição no ano de 2000, depois houve o problema com a doença de Simões, ali
Marquinhos assumiu um ano e pouco. Aí foi quando em 2004 ele era o candidato,
mas ao nosso ver ele não mudou estrutura nenhuma não mudou o sistema, quer
dizer foi uma pena.
Foi quando em 2008 toma de volta a família e
aí, pra mim, Lourival só continua o que o Pai dele começou lá atrás com aquele
regime de opressão, de colocar medo em todo mundo, de reprimir professor, de
não valorizar as classes, de achar que ele quem tem o poder na mão, ele é quem
decide tudo.
Marquinhos quando foi entrar em 2000, com
Simões me chamou uma vez pra montar um plano de governo na área de Ação Social,
eu e outras pessoas da sociedade, na época, eu me lembro como hoje, Araci, era
Secretária de Ação Social, na ocasião me perguntaram como era que deveria ser
um governo, eu respondi: “...a primeira
mudança seria pegar o orçamento do governo (prefeitura), e dizer agricultura
tem isso, para trabalhar esse ano os recursos que vem do governo são esses,
ação social, educação e entregar pra aquele Secretário gerir com autonomia e
após prestar conta.”, na ocasião Araci se espantou e disse: “Eita, Adriana, assim seria bom demais. O
prefeito vai ter que confiar muito nos secretários...”, eu respondi: “...e ele não confia em vocês não? Por que esse regime de vocês, onde só o
prefeito manda e decide tudo? Como é que um município vai andar deste jeito? Pois
vocês abram a cabeça.” agora eu até entendo que é o jeito de política que
eles (Simões) conhecem. Sabe aquela frase de Jesus: “Perdoem eles não sabem o que fazem?”, eu sinto assim, (os Simões) não
conhecem outro jeito de governar. O governo de Lourival não tem novidade
nenhuma, só continua esse sistema de poder.
Alex
Santos: Algum outro grupo político da cidade, já procurou o grupo político que
você faz parte para montar uma possível coligação ou apoio?
Adriana
Araújo: O PSOL já está conosco há muito tempo, a gente construiu
toda essa frente juntos. Quem apareceu também foi o PRTB, que é representado
por Erisvaldo e que ainda não disse oficialmente se pretende estar junto com a
gente, mas disseram que estão dispostos a conversar sobre essa questão dessa aproximação.
Colocou que não faz mais questão de ser o pré-candidato, que está disposto a
conversar e juntar com a gente.
Alex
Santos: Bem com já se sabe o Presidente da Câmara de Vereadores de Petrolândia,
Fabiano Marques, também é declarado pré-candidato a prefeito para disputar as
eleições municipais 2016, qual aproximação você tem com ele e o que você acha
disso?
Adriana
Araújo: Pra mim não representa novidade nenhuma! Ele representa
esse mesmo grupo que está no poder, sempre pertenceu e pra mim não tem segredo.
Ele está do outro lado eu não sei qual é o motivo, mas pra mim não é uma
preocupação com a situação do município. Passou 20 anos lá dentro acho que ele
não era cego antes, pra estar enxergando isso só agora, eu não sei qual foi o
motivo desse afastamento, mas pra mim não me interessa. Nós tivemos umas duas
ou três reuniões com o vereador Rogério que ele mesmo pediu. A gente tinha
vontade dessa união, mas como eles já fizeram esse acordo pra lá. Se fosse Rogério o cabeça a gente disse
claramente nas reuniões que seria outra história... Ele tem uma história como
agricultor, ele é do projeto Icó mandantes, ele tem toda uma história de luta
de oposição... Rogério sempre disse que estava aberto às negociações, mas
sempre a conversa é que Fabiano é o pré-candidato.
Alex
Santos: Adriana, outro pré-candidato declarado a prefeito no município é o
Diretor do Hospital Dr. João Lopes, qual ligação e como você avalia essa
pré-candidatura?
Adriana
Araújo: A gente conhece Dr. João há muito tempo, inclusive meu ex-marido
trabalha com ele, temos uma ligação próxima. No ano passado (2015), ele me
chamou conversou comigo disse que queria que eu me integrasse no grupo dele,
onde via em mim um grande engajamento na comunidade, coloquei pra ele que eu
não faria isso, pois sou filiada ao PT e só iria se o partido futuramente
quisesse fazer essa coligação. Nós estamos abertos pra conversar, só que
afirmei a ele que não iria sair do PT, ele entendeu. Coloquei claramente pra
ele, Alex, que nosso sonho não é contra ele, não é contra nada, que esse ano
tem que ser um candidato popular, tem que ser um trabalhador, trabalhadora. Aqui
já governaram tantos, médicos, empresários, mas a gente também tem esse direito
de governar.
A gente
levantou essa bandeira que esse ano tem que ser trabalhadora e trabalhador
ligado aos movimentos sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário