segunda-feira, 11 de abril de 2016

GESTÃO LOURIVAL SIMÕES E PRÉ-CANDIDATOS


Com sua mãe, dona Joana.Foto: Alex Santos

Em entrevista de Adriana ao blogueiro Alex, ela avalia a gestão da família Simões, desde o pai até a atual, fazendo um resgate histórico dos cenários políticos da cidade. Fala ainda sobre o que pensa a respeito dos outros pré-candidatos ao cargo: Fabiano Marques e João Lopes.

Alex Santos: Como você avalia a atual gestão do Prefeito Lourival Simões no município?
Adriana Araújo: Eu sempre gosto de partir do principio e quem acompanha política desde o começo da cidade sabe, tem um fato que eu nunca me esqueço, onde me doeu tanto na época eu senti por mim e pelo povo.
No final lá de Petrolândia Velha o prefeito era Simões e o vice Itamar e o foi justamente naquela época que o povo ocupou a barragem para poderem ter o reassentamento porque iriam ficar sem nada só com o dinheirinho da indenização, não existia nada de projeto para o pessoal da área rural, isso aconteceu em 1986, onde o próprio povo ocupou a barragem para poderem ter algum direito, só faltava um ano para a barragem encher, e não houve apoio nenhum dos políticos da época, o povo foi na raça o as agricultores daqui da região que seriam prejudicados com o enchimento da barragem.
Estavam lá, Vicente, Eraldo, Elita todo esse povo. Quando houve a conquista das verbas de manutenção temporária foi isso que salvou Petrolândia também, dentro de um ano a Chesf construiu todas as agrovilas todas as estruturas isso com um ano, passou quinze anos fazendo essa barragem, mas não fez nada para o agricultor, ai quando imprensaram mesmo a Chesf construiu tudo e foi relocando o pessoal, então primeira coisa: as forças políticas daqui não se envolveram e era ditadura militar no ano de 1987, quando finalizou o projeto que o lago iria encher, a gente teria que se mudar de qualquer forma. O que é que o Pai dele fez, Francisco Simões ganhou cargo no governo do estado, então foi para lá assumir seu cargo e deixou Itamar, que era um filho da terra, para assumir os outros dois anos que tinha direito no caso um acordo entre eles.
Então para mim foi a maior prova de descaso e de traição com o povo de Petrolândia, um povo que fez ele crescer, ele foi prefeito na velha Petrolândia, ele sempre foi muito bom em fazer obras, mas isso pra mim me marcou. Na época tinha apenas 17 anos, me marcou demais, no momento que Petrolândia mais precisava de seus políticos eles fizeram isso, Itamar veio para cá, mas infelizmente também sempre ligado à Chesf. Zé Dantas que também começou a desviar dos projetos mesmo sendo daqui. Nós tínhamos um jornal do JUP e “colocávamos bom” mesmo até quando conseguimos conscientizar o povo. Foi quando o povo tirou Zé Dantas e entrou Amadeu, quando ele assumiu foi quando Simões voltou aí se colocou como vice dele. Na época conseguiu entrar de novo, aí na eleição seguinte foi quando Simões foi cabeça nesse processo todo, depois lascaram com Amadeu também, traíram ele também, ele quem levou toda a bomba de errado que existia no governo, acabaram com ele também e logo após houve aquela eleição de Simões e o Sr. Cicero Moura, onde houve acordo (...) ligado a essas questões dos reassentamentos, no caso dos reassentados no Projeto Apolônio Sales, então quando Sr. Cicero Moura aceitou ele foi com toda vontade e fez o acordo pra toda essa área rural ser atendida no governo no Simões, ele disputou a prefeitura ganhou e depois não queria que o Sr. Cicero Moura se envolvesse. Então ele entregou o cargo. Disse que aceitou ser vice porque tinha um projeto pra área rural, mas como não queriam fazer entregou a vaga de vice. Então eu tenho uma grande admiração por ele. Foi o único político aqui, foi o único homem que teve coragem de se pronunciar contra tudo isso que essa família faz aqui dentro.
Já na outra eleição seguinte Simões já estava ameaçado de não ganhar, como ele era muito estrategista, inclusive Marquinhos (Dr. Marcos, ex-prefeito de Petrolândia), meu amigo de infância, a gente tinha um grupo político onde a gente sonhava em um dia ter uma representação, aí foi quando o próprio Simões chamou Marquinhos pra ser vice. Nessa época conversei muito com ele: “...mas Marquinhos pra quer você vai fazer isso deixa para uma próxima que a gente tenta”, ele respondeu: “Não, Adriana, a gente a vezes tem que aceitar pra depois fazer o que sonha”. Aí respeitei, mas não fui. Ganharam a eleição no ano de 2000, depois houve o problema com a doença de Simões, ali Marquinhos assumiu um ano e pouco. Aí foi quando em 2004 ele era o candidato, mas ao nosso ver ele não mudou estrutura nenhuma não mudou o sistema, quer dizer foi uma pena.
Foi quando em 2008 toma de volta a família e aí, pra mim, Lourival só continua o que o Pai dele começou lá atrás com aquele regime de opressão, de colocar medo em todo mundo, de reprimir professor, de não valorizar as classes, de achar que ele quem tem o poder na mão, ele é quem decide tudo.
Marquinhos quando foi entrar em 2000, com Simões me chamou uma vez pra montar um plano de governo na área de Ação Social, eu e outras pessoas da sociedade, na época, eu me lembro como hoje, Araci, era Secretária de Ação Social, na ocasião me perguntaram como era que deveria ser um governo, eu respondi: “...a primeira mudança seria pegar o orçamento do governo (prefeitura), e dizer agricultura tem isso, para trabalhar esse ano os recursos que vem do governo são esses, ação social, educação e entregar pra aquele Secretário gerir com autonomia e após prestar conta.”, na ocasião Araci se espantou e disse: “Eita, Adriana, assim seria bom demais. O prefeito vai ter que confiar muito nos secretários...”, eu respondi: “...e ele não confia em vocês não? Por que esse regime de vocês, onde só o prefeito manda e decide tudo? Como é que um município vai andar deste jeito? Pois vocês abram a cabeça.” agora eu até entendo que é o jeito de política que eles (Simões) conhecem. Sabe aquela frase de Jesus: “Perdoem eles não sabem o que fazem?”, eu sinto assim, (os Simões) não conhecem outro jeito de governar. O governo de Lourival não tem novidade nenhuma, só continua esse sistema de poder.


Alex Santos: Algum outro grupo político da cidade, já procurou o grupo político que você faz parte para montar uma possível coligação ou apoio?
Adriana Araújo: O PSOL já está conosco há muito tempo, a gente construiu toda essa frente juntos. Quem apareceu também foi o PRTB, que é representado por Erisvaldo e que ainda não disse oficialmente se pretende estar junto com a gente, mas disseram que estão dispostos a conversar sobre essa questão dessa aproximação. Colocou que não faz mais questão de ser o pré-candidato, que está disposto a conversar e juntar com a gente.  
Alex Santos: Bem com já se sabe o Presidente da Câmara de Vereadores de Petrolândia, Fabiano Marques, também é declarado pré-candidato a prefeito para disputar as eleições municipais 2016, qual aproximação você tem com ele e o que você acha disso?
Adriana Araújo: Pra mim não representa novidade nenhuma! Ele representa esse mesmo grupo que está no poder, sempre pertenceu e pra mim não tem segredo. Ele está do outro lado eu não sei qual é o motivo, mas pra mim não é uma preocupação com a situação do município. Passou 20 anos lá dentro acho que ele não era cego antes, pra estar enxergando isso só agora, eu não sei qual foi o motivo desse afastamento, mas pra mim não me interessa. Nós tivemos umas duas ou três reuniões com o vereador Rogério que ele mesmo pediu. A gente tinha vontade dessa união, mas como eles já fizeram esse acordo pra lá.  Se fosse Rogério o cabeça a gente disse claramente nas reuniões que seria outra história... Ele tem uma história como agricultor, ele é do projeto Icó mandantes, ele tem toda uma história de luta de oposição... Rogério sempre disse que estava aberto às negociações, mas sempre a conversa é que Fabiano é o pré-candidato.

Alex Santos: Adriana, outro pré-candidato declarado a prefeito no município é o Diretor do Hospital Dr. João Lopes, qual ligação e como você avalia essa pré-candidatura?
Adriana Araújo: A gente conhece Dr. João há muito tempo, inclusive meu ex-marido trabalha com ele, temos uma ligação próxima. No ano passado (2015), ele me chamou conversou comigo disse que queria que eu me integrasse no grupo dele, onde via em mim um grande engajamento na comunidade, coloquei pra ele que eu não faria isso, pois sou filiada ao PT e só iria se o partido futuramente quisesse fazer essa coligação. Nós estamos abertos pra conversar, só que afirmei a ele que não iria sair do PT, ele entendeu. Coloquei claramente pra ele, Alex, que nosso sonho não é contra ele, não é contra nada, que esse ano tem que ser um candidato popular, tem que ser um trabalhador, trabalhadora. Aqui já governaram tantos, médicos, empresários, mas a gente também tem esse direito de governar.

 A gente levantou essa bandeira que esse ano tem que ser trabalhadora e trabalhador ligado aos movimentos sociais.

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