Imagens: Daniel Filho |
Um grupo de
pesquisadores do projeto INNOVATE, uma cooperação teuto-brasileira, realizou recentemente
uma serie de oficinas. A primeira aconteceu no Centro Cultural de Petrolândia
no último dia 31, seguida de uma oficina no distrito de Apolônio Sales e outra
no IF-Sertão de Floresta. Agricultores, representantes de vários órgãos ligados
à agropecuária e ao meio ambiente, estudantes e outros interessados atenderam
as oficinas. Três blocos temáticos foram apresentados e debatidos.
A PARTIR DE ESTUDOS REALIZADOS EM PERÍMETROS
IRRIGADOS, O GRUPO CONCLUIU QUE:
O uso de herbicidas não é necessário (se a plantação
for alta, e tiver muito mato permitir a entrada de ovelhas e bodes para pastar,
sem causar danos à cultura).
Manter o mato (plantas herbáceas) e promover uma
variedade destas plantas nas bordas da plantação (o mato que cresce no meio e
no entorno da plantação não precisa ser roçado e nem reduz a produção, mas
promove um refúgio importante para animais predadores de pragas das culturas).
Use esterco de cabra e evite pesticidas (o esterco contribui
para enriquecer o solo, enquanto, pesticidas interrompem o desenvolvimento de
um solo saudável).
No bananal: fertilização adicional com potássio e
fósforo (para atender a demanda especialmente grande das bananeiras destes dois
nutrientes).
Instale micro aspersores em coqueiros (em média, a
produção pode dobrar em comparação com o sistema de gotejamento).
Promova o melhoramento genético em variedades de coqueiro
(foi observado que coqueiros que produziam mais taninos nas folhas eram menos
atacados por mosca branca).
ESTUDOS E OBSERVAÇÕES FEITOS NA CAATINGA,
RECOMENDA-SE:
Manejar a carga animal de forma a ter, em média, menos
do que um animal (bode, ovelha, gado) por hectare (para manter uma pastagem
nativa rica e de alta qualidade, e evitar que degrade o solo, ao longo dos anos
de utilização).
Usar raças de animais adaptadas ao sistema local
(raças que sofrem menos com a estiagem).
Produzir e conservar forragem (para aumentar a oferta de
alimento na estação seca).
Fazer a rotação do rebanho (dividir uma grande área em
piquetes menores para uma recuperação do pasto nativo).
Corte sustentável de plantas forrageiras (evitar
cortar grupos grande de macambira ou manchas que ficam próximas umas das outras,
dar preferência à retirada de indivíduos isolados ou pequenos grupos com menos
de 30m2 - pois a macambira abriga e protege vários bicho e plantas
jovens).
Cercar um terço à metade do açude (para reservar parte
da vegetação que cresce na beira dos açudes para a estação seca).
Finalmente, as áreas
protegidas são refúgios para várias plantas e bichos. É importante manter
espécies raras e permitir a sua dispersão em áreas degradadas de Caatinga. Os pesquisadores recomendam:
Estabelecer novas áreas protegidas num sistema
conectado (estabelecer “corredores” entre áreas protegidas para permitir e
fomentar a mobilidade de animais que também ajudam a dispersar sementes de
plantas).
Monitorar a biodiversidade (conhecer o que existe, e
acompanhar a presença destas espécies, e poder alertar se desaparecerem).
Estabelecer e manter um banco de dados accessível ao
público (para saber o que existe, fomentar a troca de experiências e facilitar
estudos comparativos de lugares e ao longo do tempo).
Fortalecer a educação ambiental (para conscientizar a
população e promover uma mudança da cultura rumo a um respeito maior à
natureza).
Contratar pessoas locais para o patrulhamento e
monitoramento (aproveitando o conhecimento local e promover uma conscientização
e um senso de propriedade da população local e gerar empregos da população no
entorno das áreas protegidas).
Cooperar com ONGs locais, nacionais e internacionais
(para facilitar a gestão das áreas protegidas que é complexa e que pode
aproveitar experiências diversas).
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acompanhe os trabalhos do grupo na página:
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