quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

MAIS DE 20 MIL MARANHENSES ESTÃO APRENDENDO A LER COM MÉTODO CUBANO

Imagens: Leonardo Milano

As mãos calejadas do trabalho com a enxada, que durante anos semearam a terra no interior do Maranhão, agora têm novos desafios. Lápis e caderno são os instrumentos. Uma história diferente está sendo escrita.
O projeto de alfabetização Sim, Eu Posso, inspirado em um modelo cubano voltado para jovens, adultos e idosos, tem mudado a vida de trabalhadores urbanos, sem-terra, quilombolas e indígenas no estado que é o terceiro em número de analfabetos no Brasil.
A dona de casa Doralice dos Santos Oliveira tinha 53 anos, mais de 40 deles trabalhados na agricultura, quando foi apresentada ao mundo das letras:

“Quem não sabe ler nem escrever, vive no mundo só pra dizer que está vivendo, mas não sabe de nada. É como se estivesse no escuro, entendeu? A gente vê as coisas, mas não sabe o que é.”

Doralice, que vive no município de Itaipava do Grajaú, a cerca de 500 quilômetros da capital, São Luís, já não faz mais parte do grupo dos 840 mil maranhenses analfabetos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), esse é o número de pessoas com mais de 15 anos que não sabem ler e escrever no estado.
A iniciativa vem transformando, aos poucos, a realidade da educação no estado.
O Sim, Eu Posso está na segunda etapa, com mais de 20 mil alunos atendidos. As aulas são ministradas em 15 municípios, que estão entre as cidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.
O projeto percorre assentamentos, aldeias e outras comunidades.
O método consiste basicamente na associação entre números e letras. A combinação é uma forma de tornar o aprendizado mais fácil, uma vez que mesmo a população analfabeta tem conhecimentos básicos de matemática.
Além disso, o projeto associa o uso de cartilhas educativas ao recurso da televisão. Os ensinamentos são divididos em 65 capítulos em formato de telenovela e as aulas duram ao todo oito meses.
Entre os grupos atendidos na Jornada de Alfabetização, há um segmento especial: o dos indígenas.
Na região central do Maranhão, cerca de 1.800 deles estão matriculados nas turmas do projeto.

Fonte: Brasil de Fato

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Para ouvir:
Radiodocumentário | Mais de 20 mil maranhenses estão aprendendo a ler com método cubano
Projeto “Sim, Eu Posso”, uma parceria do MST com o governo estadual, está na segunda etapa com 20 mil inscritos


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