Imagem: Agência Brasil |
As entidades que representam os caminhoneiros
em Brasília estão divididas sobre os termos do acordo negociado por parte das
organizações com o governo Michel Temer (PMDB).
O documento foi apresentado na noite da quinta-feira (24). O documento contém, basicamente, medidas de desoneração e
isenção fiscal. Algumas organizações não acataram o teor do texto.
Parte dos representantes, entretanto, chegou
a se retirar da mesa de negociações e afirmou não ter aderido ao acordo
governamental, que tinha como contrapartida uma trégua por parte dos
manifestantes. Além disso, caminhoneiros que estão nos bloqueios em estradas
têm afirmado não reconhecer os negociadores como representantes da categoria.
A
origem exata das mobilizações ainda é incerta, mas trabalha-se com a hipótese
de que tenha sido iniciada de forma espontânea através de grupos de WhatsApp,
tendo sido assumida posteriormente pelas entidades representativas nacionais.
Temer anunciou na tarde desta sexta-feira (25) que autorizou o emprego das Forças
Armadas e de órgãos de segurança federais para desbloquear estradas onde
ocorrem manifestações de caminhoneiros.
Nas mobilizações locais, o movimento é
conduzido, basicamente, por três setores: patronal, constituído pelas empresas
de logística e transporte; entidades de empregados dessas empresas e
organizações que representam caminhoneiros autônomo, ou seja, que trabalham de
forma individual ou são microempresários. Algumas das últimas são as que mais
resistem a aceitar o acordo. Estima-se que cerca de 30% dos transportes sejam
realizados por esta categoria.
A Confederação Nacional dos Transportes,
representante patronal no setor, formalmente não participa e não apoia a
paralisação, mas participou das negociações convidada pelo governo e defendeu o
teor das propostas.
A Confederação Nacional dos Transportadores
Autônomos (CNTA) aderiu à proposta
do governo, mas outras duas que também representam o mesmo setor, a União
Nacional dos Caminhoneiros (Unicam)
e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam,) são as principais entidades a resistir, pedindo medidas
permanentes e concretas em relação a questão dos combustíveis.
A
GREVE CONTINUA
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros
(Abcam) divulgou nota no início da tarde desta sexta-feira (25) em que repudia o acordo feito um
dia antes por representantes do governo e lideranças de entidades
representativas do transporte rodoviário. Um dos principais pontos de
reivindicação da categoria, a isenção da alíquota de PIS/Cofins sobre o diesel,
não foi aceita pelo Executivo. Por conta disso, a Abcam informou que os
trabalhadores seguirão mobilizados em protesto contra a política de preços do
combustível, cujo preço tem 42% de impostos.
“Ao
contrário de outras entidades que se dizem representantes da categoria, a Abcam
não trairá os caminhoneiros. Continuaremos firmes com pedido inicial”,
disse a entidade em nota.
A Associação representa cerca de 600 mil
caminhoneiros filiados em todo o país e tenta negociação com o governo sobre o
tema desde outubro de 2017.
Fonte:
Brasil de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário