PERMANECE INCERTO O DESTINO DE FAMÍLIAS QUE SERÃO
EXPULSAS EM JATOBÁ-PE
Em meio à polêmica reintegração de posse de terra na
cidade de Jatobá-PE, estão famílias sem saber para onde ir, a situação se
agrava após prazo determinado pela Justiça Federal de 10 dias dados a contar de
30 de abril quando policiais federais avisaram aos moradores sobre a ordem da
justiça.
Áreas do Bem-querer, Cacheado e
Caldeirão serão reintegradas como área dos índios Pankararu por decisão
concedida em sentença do juiz Felipe Mota Pimentel.
Do total de 302 famílias que terão que
deixar suas casas e roças pelo menos 130 ficaram sem direito a indenização e as
outras foram indenizadas com valores irrisórios, o que provoca um conflito
entre as partes, moradores, índios, FUNAI e INCRA.
Os moradores pedem justiça, são
trabalhadores deixando escolas, posto de saúde e suas casas onde suas famílias residem
há quase 300 anos. Deve dialogar com as famílias buscando uma saída
que evite o "acirramento do conflito”. Pedem
que o INCRA arrume terra para que esses trabalhadores rurais possam continuar a
produzir, é uma luta por direitos, justiça e dignidade. Seus idosos estão
sofrendo e as crianças querem viver nas terras que nasceram, mesmo assim estão
sendo despejados sem destino certo. Muitos provavelmente vão ter que ficar nas
ruas, uma vez que, os poderes locais não se posicionam para dar assistências a
essas famílias. O povo dessas comunidades clama para que a Câmara de Vereadores
e a Prefeitura de Jatobá não os abandonem.
Cleomar Santos (PV) - vereador de Jatobá |
Deve haver uma proposta para solucionar
este conflito para que não haja morte e depressão por conta da decisão de
um juiz.
“Tudo começou desde o ano que nasci, meu
pai já morreu e hoje eu com 77 anos sou obrigada a deixar minha terra por decisão
de um homem só, decidindo por todas as famílias daqui. Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo!”
Dona Lourdes Nascimento, moradora do Bem-querer.
“O poder público não se preocupa em tirar jovens, idosos e crianças de suas casas e escolas. Saiam e depois procure os direitos que vocês acham que tem. Os nossos idosos já não dormem, não sabemos o que vai ser de nossos bichos. Logo não teremos onde trabalhar. Quer dar nossas terras aos índios nos dê terras, nos dê casas, nos dê condições de trabalhar.” Priscila Menezes, moradora.
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