quarta-feira, 9 de maio de 2018

AMEAÇADAS POR REINTEGRAÇÃO DE POSSE FAMÍLIAS DE JATOBÁ-PE REIVINDICAM DIREITO À TERRA



PERMANECE INCERTO O DESTINO DE FAMÍLIAS QUE SERÃO EXPULSAS EM JATOBÁ-PE
 
Comunidade quer resistir
   Em meio à polêmica reintegração de posse de terra na cidade de Jatobá-PE, estão famílias sem saber para onde ir, a situação se agrava após prazo determinado pela Justiça Federal de 10 dias dados a contar de 30 de abril quando policiais federais avisaram aos moradores sobre a ordem da justiça.  
   Áreas do Bem-querer, Cacheado e Caldeirão serão reintegradas como área dos índios Pankararu por decisão concedida em sentença do juiz Felipe Mota Pimentel.
   Do total de 302 famílias que terão que deixar suas casas e roças pelo menos 130 ficaram sem direito a indenização e as outras foram indenizadas com valores irrisórios, o que provoca um conflito entre as partes, moradores, índios, FUNAI e INCRA.
   Os moradores pedem justiça, são trabalhadores deixando escolas, posto de saúde e suas casas onde suas famílias residem há quase 300 anos. Deve dialogar com as famílias buscando uma saída que evite o "acirramento do conflito”. Pedem que o INCRA arrume terra para que esses trabalhadores rurais possam continuar a produzir, é uma luta por direitos, justiça e dignidade. Seus idosos estão sofrendo e as crianças querem viver nas terras que nasceram, mesmo assim estão sendo despejados sem destino certo. Muitos provavelmente vão ter que ficar nas ruas, uma vez que, os poderes locais não se posicionam para dar assistências a essas famílias. O povo dessas comunidades clama para que a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Jatobá não os abandonem.
   
Cleomar Santos (PV) - vereador de Jatobá
Cleomar dos Santos (PV-PE) presidente da Câmara de Vereadores de Jatobá disse que o legislativo não interfere que são décadas deste processo e que a Câmara fez um requerimento ao Ministério Público de Pernambuco para reajustar os valores das indenizações. Confirma que nem o legislativo, nem o executivo municipal sabem como será essa reintegração e que a prefeita Ivete Varjão (SD-PE) tenta com o INCRA uma forma de reassentar ou até adiar a reintegração. O vereador diz que vai alertar o poder executivo para dar assistência às famílias.
   
   Deve haver uma proposta para solucionar este conflito para que não haja morte e depressão por conta da decisão de um juiz.

“Tudo começou desde o ano que nasci, meu pai já morreu e hoje eu com 77 anos sou obrigada a deixar minha terra por decisão de um homem só, decidindo por todas as famílias daqui. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
Dona Lourdes Nascimento, moradora do Bem-querer.




“O poder público não se preocupa em tirar jovens, idosos e crianças de suas casas e escolas. Saiam e depois procure os direitos que vocês acham que tem. Os nossos idosos já não dormem, não sabemos o que vai ser de nossos bichos. Logo não teremos onde trabalhar. Quer dar nossas terras aos índios nos dê terras, nos dê casas, nos dê condições de trabalhar.” Priscila Menezes, moradora.




Matérias relacionadas:

http://www.bloggotadagua.com.br/2018/05/terra-em-transe-situacao-dos-posseiros.html





Nenhum comentário:

Postar um comentário