Manuel Meneses (funcionário aposentado da Caixa) |
O bancário aposentado Manuel Meneses, de Salvador, Bahia, fez
o que a velha imprensa deveria ter feito: visitou
o triplex que Sergio Moro atribui a Lula antes que ele fosse vendido e fez
registros em fotos e vídeos. A conclusão dele e de qualquer pessoa honesta
que veja as fotos é: o triplex não teve nenhuma reforma digna desse nome.
Manuel Meneses não é filiado a partido político, mas sempre
aparece em causas de interesse público na sua região. Também é um homem
antenado com as questões de seu tempo. Acaba de voltar de uma viagem à África,
onde conheceu pessoas e monumentos que ajudam a contar a história de Nélson
Mandela.
Manuel não é rico, se aposentou como funcionário da Caixa, é formado em Direito e
Psicologia e aplica seu dinheiro com expedições de interesse histórico. Foi o
que viu no caso do triplex e apresentou-se ao leiloeiro como um interessado na
compra do imóvel. Fez o depósito de R$
1.000,00 (reembolsado) e marcou uma visita, às vésperas do encerramento do
pregão ordenado pelo juiz Sergio Moro.
Pegou um avião em sua cidade, desceu no aeroporto de
Guarulhos. Foi de ônibus até o Guarujá e, na rodoviária, pegou um táxi até o
triplex. Para não ter despesa com hotel, marcou a passagem de volta para o
mesmo dia. Ao chegar ao triplex, teve que esperar algumas horas porque, apesar
do agendamento, não havia ninguém para recebê-lo e abrir a porta do apartamento.
“Eu soube que ninguém tinha visitado o triplex, não
havia nenhum interessado. O funcionário do leiloeiro abriu a porta e me deixou
sozinho no apartamento. Eu tive tempo para olhar à vontade e vi que não era
nada daquilo que a imprensa escrevia, sem mostrar, apenas dizia o que os procuradores
falavam. Uma farsa”, afirma.
Para começar, o elevador. “Quando se falava em elevador
privativo, imaginava que fosse algo que levasse da garagem ao apartamento, mas
não. É um elevador que leva de um piso a outro no tal triplex, como esses
elevadores para cadeirante. Uma coisa mixuruca, que não custa muito”,
disse.
“Vi ainda que o piso que teria sido trocado não é
porcelanato de primeira linha, é um piso de segunda linha. Não é o pior, mas
também não é o de primeira linha. Fiquei pensando: um ex-presidente pode morar
num lugar mais bem arrumado”, destacou. Se a
reforma era propina, pensou Manuel, Lula teria que ser o corrupto mais
sem-vergonha do planeta. “Deixaria
roubar a Petrobras em troca de algo assim? Não faz sentido”,
disse.
Viu ainda no apartamento um fogão velho, uma geladeira,
um escritório improvisado, beliches, uma piscina com tamanho de uma banheira — “duas
braçadas e você chega de uma ponta a outra”.
Também ficou escandalizado com os armários embutidos. “Tudo
madeira compensada, MDF, algo assim, uma porcaria, um “Minha Casa, Minha Vida”,
com todo respeito por quem mora no “Minha Casa, Minha Vida”, mas Lula, por ser
um líder mundial, poderia ter algo melhor, ainda mais em se tratando, como diz
o juiz Moro, propina em troca de contratos milionários da Petrobras. Não faz
sentido”, disse ele, com ênfase na expressão “Não faz sentido”.
Para não ter dúvida de que seus olhos não o estavam
enganando, soube que havia outro apartamento à venda no condomínio e pediu para
ver. Não é um triplex, mas permite concluir, quando comparados, que recebeu
reforma. A cozinha tem pastilhas em vermelho e preto, os quartos, com camas,
foram decorados. A varanda tem vidros blindex — no triplex da OAS, que Moro
atribuiu a Lula, os vidros da varanda são comuns, assim como as estruturas de
alumínio. “Aquilo sim era reforma. O apartamento estava um brinco,
muito superior ao que o juiz Moro atribuiu ao ex-presidente da república”,
comentou.
Manuel também constatou que o prédio construído pela OAS
é simples, com uma academia de ginástica modesta e uma piscina coletiva
pequena, que não oferece nenhuma privacidade. Com a popularidade que tem, Lula
jamais poderia frequentar um lugar assim.
Manuel voltou para Salvador convicto da farsa e de que
não haveria lance para o leilão. “Aquilo não vale 2,2 milhão de reais”,
pensou.
Ficou surpreso quando uma pessoa o arrematou e achou
estranho. Quando soube que o imóvel tinha sido comprado por um sócio do primo
de Geraldo Alckmin, candidato a
presidente pelo PSDB, viu a luz amarela acender.
O comprador, citado em escândalos de corrupção em
Brasília e dono de uma offshore que aparece no caso de lavagem internacional de
dinheiro Panamá Papers, é Fernando Costa Gontijo, proprietário do Jornal de
Brasília.
“Quem comprou pode fazer uma reforma de verdade e fazer
desaparecer os vestígios da farsa. Por que alguém compraria o imóvel por um
valor superior ao que vale? Não faz sentido, a menos que haja outros interesses”,
disse.
Pelo sim, pelo não, ficou ainda
mas satisfeito por ter feito o registro fotográfico do
triplex atribuído ao Lula.
“O mundo precisa saber que tudo o que foi noticiado pela
imprensa é farsa, processo do triplex é farsa. Realizei o trabalho de
jornalismo investigativo que o o grupo, que eu chamo GEIVEF – Globo, Época,
IstoÉ, Veja, Estadão e Folha — não fez”.
Veja as fotos:
Fonte: Diário do Centro do Mundo (DCM)
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