Ato em Paulo Afonso - BAHIA.
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Com uma articulação iniciada via redes sociais,
mulheres de todo o país saíram às ruas ontem (29) na mobilização #EleNão,
em referência ao candidato de extrema-direita à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL).
Sarau anti-fascista. Petrolândia - PE Imagem: George Novaes |
O Manifesto das Mulheres Unidas contra
Bolsonaro definiu, como as principais razões para as manifestações, o fato dele ter apoiado a reforma trabalhista, defender um modelo de segurança
falido que causa o extermínio das juventudes negras, o preconceito contra
LGBTs, suas declarações misóginas e o temor com a volta da ditadura militar.
Os atos foram organizados em mais de 260
cidades brasileiras levando mais de um milhão de pessoas a participarem,
principalmente nas capitais. Os cartazes, lambes, pirulitos e faixas, presentes
nas centenas de manifestações, expressaram o repúdio ao “coiso", como
ficou conhecido o candidato do PSL. E também trouxeram pautas propositivas,
como: a defesa da saúde pública e o
combate à violência contra as mulheres, ao racismo e à lgbtfobia. Além da
defesa dos direitos trabalhistas.
Dezenas de atos da campanha também foram
realizados em vários países da América, África, Europa e Oceania. Na Europa os
atos ocorreram na Alemanha (Berlim),
na Holanda (Amsterdã e Haia), na Irlanda (Dublin), na Suécia (Malmö),
na Itália (Milão), na França (Paris e Lyon), na Espanha (Santiago
de Compostela e Barcelona), em
Portugal (Cidade do Porto, Coimbra e Lisboa), na Noruega (Oslo)
e na Dinamarca (Aahrus).
EM
PETROLÂNDIA O AMOR ENFRENTOU (E AINDA ENFRENTA) O ÓDIO
Em Petrolândia, sertão de Pernambuco a aproximadamente
500 quilômetros do Recife, uma comissão de lideranças feministas, de diversos segmentos
sociais, organizou o ato chamado “Sarau Democrático” onde, através de
música e poesia, denunciaram o fascismo e os riscos que tal candidatura trazem à
democracia:
Imagem: Comissão organizadora |
“Primeiramente
#elenao. Segundandamente, OBRIGADA! Quando falo em minhas aulas sobre movimentos
revolucionários, os que mudaram os rumos de uma nação, de uma civilização,
sempre me coloquei no lugar das mulheres daquelas épocas e sabia que eu agiria
da mesma forma, usando as armas que eu tivesse acesso ou habilidade de
manuseio. Nunca pensei que hoje estaria sendo uma das tantas pessoas que
protagonizam uma luta e usando minha maior arma: o conhecimento. Por isso que eu agradeço. Agradeço a vocês
pela confiança, pela inclusão nesse
grupo e por me deixar fazer parte de uma luta que não termina aqui, ela tá só
começando. Eu nem abri as imagens dos
comentários escrotos. Isso é sinal que incomodados, porque o deles ficou
invisível. Como falei ontem, é mais uma
forma de silenciamento e vamos responder com nossas imagens, nas redes sociais, nos blogs, nos espaços que permitirem. Só! A luta continua, companheiras!” declarou
a professora Jussara Araújo,
palestrante e comissão organizadora do ato.
Imagem: comissão organizadora |
“A
luta feministas e das causas sociais são diárias e a culminância no ato de
ontem foi apenas o início de uma mobilização maior para que a gente unifique
nossas causas, ideais e direitos (...) É contínuo e deve permanecer a luta
feministas para enfrentar o machismo vindo dos homens, mas também vindo de
algumas mulheres que ainda não despertaram para a importância que é defender
esses ideais.” Declarou Niedja Maria Batista, comissão organizadora do ato.
“Foi um movimento sério em favor da democracia
e contra o fascismo”, declara o professor Cássio Reimax, participante do evento.
Mais de cem pessoas participaram do ato
despertando a ira dos apoiadores de Bolsonaro na cidade. Um tentou tumultuar
gritando: “Bolsonaro 2018”, sendo expulso aos gritos de “ELE NÃO!”.
Paulo Afonso.
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Alguns outros infiltrados no evento faziam
fotos e vídeos para debochar em seus grupos, além de tecerem ameaças e ofensas
ao blogueiro que vos escreve (Daniel
Filho) e especificamente ao Blog
Gota D’Água com declarações depreciativas.
“A
cara do safado no vídeo, professor de merda (...) um tapa bem na cara pra ver
se vira homem...”, foi o nível dos comentários. O autor teve
seu número divulgado. Tentamos entrar em contato, mas, aparentemente, o número
foi desativado, no entanto já há investigações e, em breve, os dados pessoais do
autor serão identificados e a incitação ao ódio culminará em um processo.
“Nosso trabalho é pequeno, mas já está
incomodando!”, afirma Jussara.
"Uma
manhã, eu acordei, e ecoava 'ele não', 'ele não, não, não'; uma manhã, eu acordei
e lutei contra o opressor,
Somos
mulheres, a resistência, de um Brasil sem fascismo e sem horror; vamos à luta
para derrotar o ódio e pregar o amor; vamos a luta para derrotar o ódio e pregar
o amor"
Versão para os atos de “Bela Ciao” considerada
na Itália o hino dos partisans, guerrilheiros que lideraram a resistência
contra o fascismo e a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
MATÉRIA
RELACIONADA
Serviu como fonte de pesquisa sobre atos pelo
Brasil e mundo o Brasil de Fato:
Principais capitais.
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Paulo Afonso.Imagem: Ana Eugênio Brito |
Paulo Afonso.Imagem: Ana Eugênio Brito |
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