Desde a manhã desta quarta-feira,
13 de setembro, acontecem à reintegração de posse no povoado do Bem-querer-de-baixo,
em Jatobá, sertão pernambucano. Apesar das mais de 300 famílias que estão no
processo de reintegração apenas 12 é para ser cumprida no dia de hoje.
Caminhões para mudanças e forças
policiais federais e estaduais em conjunto chegaram logo ao amanhecer do dia
para executar a ordem da justiça causando terror nos agricultores residentes na
localidade, há imagens e declarações da utilização de armas de dispersão usadas
em situações de conflitos, gases, balas de borracha e bombas de efeito moral, a
gravidade se deu quando mulheres, idosos e crianças sem nenhuma resistência foram
os alvos. Moradores em áudios e imagens têm noticiado os fatos, como pessoas
sangrando, detidas e crianças submetidas a gás de pimenta ou algo parecido.
A Igreja localizada ao
centro da comunidade que é o lugar de reunião dos moradores, para onde todos se
dirigiam para resguardar suas vidas e dos parentes foi tomada pela força
policial com informações de disparos dentro do centro religioso, coisa que nem
em guerras como na Síria e Palestina acontecem.
Este evento simboliza uma
das maiores contradições da sociedade brasileira na atualidade, o aumento do
autoritarismo e truculência. Uma decisão judicial que determina um processo de
reintegração de posse sem o mínimo de infraestrutura e que confere pelo Estado um
ar de legalidade às ações policiais contra os ocupantes daquelas residências.
Moradores foram retirados de
suas casas de forma truculenta pelo aparato policial, do local onde viviam por
mais de 200 anos, tendo seu direito à moradia violada – haja vista que não foi
oferecida qualquer alternativa, como o algum projeto de habitação e
reassentamento e valores irrisórios de indenização.
Autoridades estão tentando
uma saída pacífica para o conflito. Não se esperava que ocorresse esse tipo de
ação da Justiça, uma vez que, todos já se preparavam para deixar a localidade
de forma tranquila e aguardavam apenas alguns acordos como a realocação desses
moradores em área apropriada.
Fernando Ferro ex-deputado
federal disse em rede que foi uma “ação precipitada de um juiz que provocou
essa ação da Polícia Federal com gente ferida. É mais uma ação truculenta da justiça
que desconhece o problema social, um grave problema entre posseiros e indígenas.
Uma situação extremamente grave que não respeita os Direitos Humanos, direitos sociais,
Direitos Trabalhistas e não tem o sentido da mediação.”
Para uma justa reintegração
os moradores têm direito a caminhões, oferecidos pelos interessados, para
retirar suas coisas, ter acesso às suas moradias para retirar seus bens
pessoais, seus documentos, tempo hábil para fazer isso, e, principalmente, a
prefeitura ou estado tem que ter cadastrado esses moradores para que eles sejam
levados a uma solução habitacional. Mesmo que não haja solução permanente no
momento da reintegração, deve-se encontrar uma solução intermediária.
Outro fator grave destacado no
local foi a ausência do poder público municipal: a Prefeitura e a Câmara de
Vereadores de Jatobá – PE não estavam lá para nenhum tipo de assistência aos
idosos, crianças, mulheres e doentes, o que aponta para a negação do direito à
moradia e ao bem estar social, que é uma garantia constitucional.
Parabéns por ajudar a mostrar a cara desse nosso país de hoje onde muita gente tem apoiado o discurso da solução pela bala.
ResponderExcluirFalou a verdade dona Paula
ExcluirOs políticos que eram pra serem tratados assim....até onde vamos parar????.....
ResponderExcluirImagine com Bolsonaro no poder?????
ResponderExcluirPois é
ExcluirLamentável e vergonhosa a situação que ficaram as famílias no dia de hoje.
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