Imagens: ONG Repensar |
Burocracia,
falta de transparência e diálogo por parte da prefeitura podem levar o município
de Petrolândia a perder mais de um milhão de reais em investimentos sociais do
banco Santander o que afetará, diretamente, a vida de centenas de idosos,
crianças e adolescentes pobres atendidos pelos trabalhos da ONG REPENSAR.
Desde o ano de 2016 foi firmada a parceria
entre a ONG Repensar, os Conselhos
Municipais da Criança e do Idoso de Petrolândia com o Banco Santander. Através
desta foi possível o atendimento de mais de 300 petrolandenses em sua maioria
em situação de vulnerabilidade social. O público atendido pelo Projeto Novos Passos era composto por idosos,
alguns em situação de violência recebendo apoio de uma equipe multiprofissional
da AEC REPENSAR composta por:
psicóloga, assistente social, educador social, educadora física e professora de
dança, que atendiam no Centro de Referência da Assistência Social – CRAS sem
nenhum custo para o município.
Ainda com estes recursos foram realizadas
várias oficinas na área urbana e rural de Petrolândia para comunidades
indígenas e quilombolas e campanhas em especial no dia do idoso.
Já o projeto Histórias em Vídeo atendeu crianças e adolescentes e suas famílias
em oficinas artísticas regulares na Casa das Juventudes e itinerantes nas
comunidades urbanas e rurais. O programa apoiou mais de 100 pessoas na retirada de documentação, RG, CPF, Carteira
de Trabalho e até registro. Também oferecia apoio social e montou um estúdio
musical completo para atendimento da juventude do município.
Os problemas para a continuidade dos projetos
teve inicio quando o novo setor jurídico da prefeitura afirmou em reunião
realizada com os conselhos em maio desse ano, que não sabia como utilizar os
recursos e o trâmite necessário para a continuidade da parceria e que iria
adquirir livros sobre o tema para saber como proceder. E desde então a ONG e os
conselhos tem insistido na continuidade das ações sem sucesso até a presente
data. Valendo lembrar que os recursos para a continuidade das atividades já
foram depositados nas contas dos fundos desde dezembro de 2017, numa soma
superior a um milhão de reais.
A falta de entendimento do jurídico foi parar
no Ministério Público quando os profissionais selecionados para trabalhar
denunciaram a situação. Nesta segunda feira (19) houve uma reunião entre os conselhos da criança e do idoso o
assessor técnico Weliton Vasconcelos,
que esclareceu os pontos apresentados como justificativa dadas pela prefeitura
para paralisar a continuidade dos repasses.
Para Weliton que trabalha na área há mais de
10 anos a falta de publicidade e outras obrigações legais alegadas pela
prefeitura como justificativa é tão e somente responsabilidade do próprio setor
jurídico e administrativo da prefeitura de acordo com a Lei Federal 13.019/2014, uma vez que a ONG publicou de forma
transparente toda a prestação de contas feitas nos conselhos, registradas em
atas e na internet. A lei 13.019
também não foi cumprida pela prefeitura no que diz respeito à publicação de
manual de prestação de contas. Essa falha gerou atrasos nos repasses e falta de
entendimento no setor contábil.
A reunião contou com a participação das
presidentes e de membros dos dois conselhos, da Secretária de Assistência Social Marília e dos vereadores Joilton
e Evaldo que vêm acompanhando a
situação de forma atenta para garantir o atendimento dos mais necessitados.
Todos se comprometeram em tentar mais uma vez
uma reunião com a prefeita já que diversas tentativas foram frustradas.
Enquanto a burocracia e a falta de conhecimento não são sanadas muitos idosos,
crianças e adolescentes deixam de ser atendidos no município.
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