Imagem: UJES |
A Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE) lança nota pública a parlamentares,
educadoras, educadores e estudantes. Leia na íntegra:
NOTA
PÚBLICA
Parlamentares, educadores/as, estudantes e
sociedade derrotam o projeto da Lei da Mordaça na Câmara dos Deputados: uma
vitória da resistência!
O dia 11 de dezembro de 2018 entrará para a
história como um dia da vitória da resistência do setor educacional brasileiro
às tentativas de censura e mordaça na educação. Os parlamentares da oposição (e
aqui não devemos deixar de lembrar das parlamentares, bravas mulheres que
fizeram da Câmara o palco de um bom combate!), em total convergência com os
interesses dos/as educadores/as, estudantes e entidades educacionais, sindicais
e científicas, derrotaram o projeto de retrocesso por eles denominado “Escola
sem Partido”.
Depois de tentativas reiteradas ao longo
desses últimos dois meses em aprovar a censura nas escolas, a Comissão Especial
da Câmara, criada para discutir o projeto denominado indevidamente de Escola
sem Partido, encerrou suas atividades nessa legislatura. Vitória da resistência
e da luta persistente que, ao longo dos últimos meses, transformou aquela
Comissão no palco de um verdadeiro enfrentamento. Aquele espaço mobilizou todas
as forças de segurança na tentativa de impedir a livre circulação do que
outrora foi conhecida como a Casa do Povo. Barreiras do lado de fora
interditaram o acesso à Câmara, feitas pela Polícia Militar do Distrito
Federal. Do lado de dentro, a Polícia Legislativa impedia a circulação até de
servidores da Casa. Tudo mobilizado para impor a mordaça à educação brasileira.
Eles não contaram, entretanto, com o esforço
de mobilização dos/as estudantes e dos/as educadores/as brasileiros/as, que
durante todo esse período não abriram mão de lutarem por seus direitos e se
rebelarem contra as tentativas de impor a censura e a mordaça em nossas escolas
e universidades. Agora, depois de encerradas as atividades da Comissão
Especial, essa matéria só poderá voltar a ser discutida no ano que vem, na nova
legislatura, quando essa comissão atual se desfaz e, por força do regimento da
Casa, deve ser formada outra comissão especial para dar continuidade a essa
proposição legislativa, assim que ela for desarquivada e reapresentada na Casa
em 2019.
Não temos ilusão de que essa matéria morreu
definitivamente. Temos a certeza que o preço da liberdade é a eterna
vigilância, como já disse o pensador. Essa matéria voltará com força no próximo
ano, mas também encontrará uma resistência à altura do bom combate que ela
representa. Os/as educadores/as do setor público brasileiro, representados/as
pela CNTE, saúdam o esforço persistente de mobilização permanente de todos/as
os/as trabalhadores/as em educação e dos/as estudantes que, por sua luta,
enterraram por ora esse projeto que ousava nos calar. Por uma escola sem mordaça!
Por uma escola plural!
Brasília,
11 de dezembro de 2018
Direção
Executiva da CNTE
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