Imagem: MST |
Com
mais de 2 mil escolas públicas conquistadas, MST mostra o outro lado que
reportagem do "Domingo Espetacular" ignorou
Na noite do último domingo (10), a Rede Record, de propriedade do bispo Edir Macedo e apoiadora de
Jair Bolsonaro, divulgou a reportagem “A
Polêmica dos Sem Terrinha”, no Programa
Domingo Espetacular. Sem escutar o outro lado e distorcendo imagens do MST,
a matéria provocou o repúdio do movimento.
Imagem: R7 |
Em nota, o MST disse que a reportagem tem
como objetivo manipular a opinião pública e fortalecer o processo de
criminalização de organizações populares. “Em um país, em que o número de analfabetos
supera a marca de 11 milhões de pessoas e que 1 a cada 5 crianças está fora da
escola, nos surpreende que um Encontro Nacional de Crianças Sem Terrinha, onde
foi discutido temas como os direitos das crianças e a produção de alimentação
saudável, seja classificado como doutrinário”, protesta.
A nota também ressalta que o MST conquistou
mais de 2 mil escolas públicas, reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), em assentamentos e acampamentos
de todo o país.
“Milhares de camponesas e camponeses,
organizados pelo MST, tiveram acesso a alfabetização e se formaram no ensino
fundamental, médio, cursos técnicos e em nível superior. Há filhos e filhas de
famílias assentadas em mais de cem turmas de cursos formais e mais de 4 mil
professores foram formados, a partir das lutas pela educação pública,
considerada pelo Movimento enquanto um direito básico”,
informa o movimento.
Abaixo a íntegra da nota:
MST repudia ataque da Record contra as
Crianças Sem Terrinha
Imagem: MST |
O
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem a público denunciar e repudiar
a distorção de informações veiculadas na noite deste domingo (10) no Programa
Domingo Espetacular. A reportagem “A Polêmica dos Sem Terrinha” tem como único
objetivo manipular a opinião pública e fortalecer o processo de criminalização
de organizações populares, que lutam pela defesa de seus direitos.
Em
um país, em que o número de analfabetos supera a marca de 11 milhões de pessoas
e que 1 a cada 5 crianças está fora da escola, nos surpreende que um Encontro
Nacional de Crianças Sem Terrinha, onde foi discutido temas como os direitos
das crianças e a produção de alimentação saudável, seja classificado como
doutrinário.
Reafirmamos
que o Encontro, realizado em parceria com a organização Aldeias Infantis SOS,
uma das mais respeitadas entidades que trabalha com a infância no país, teve as
autorizações dos órgãos responsáveis e respeitou todos os padrões de segurança
exigidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Destacamos ainda, que
todas as crianças tiveram autorização dos pais, conforme prevê a legislação, e
além disso, todos os alvarás necessários foram emitidos pelos órgãos
competentes, incluindo a Vara da Infância e Juventude.
A
Rede Record, ao disseminar mentiras, não leva em consideração critérios mínimos
de apuração e imparcialidade, faltando, entre outras questões, com a ética
jornalística.
O
Artigo 6º da Constituição Federal do Brasil prevê, dentre outras coisas, o
direito à educação. Nesse sentido, o MST não só luta para que esse direito seja
respeitado como também trabalha cotidianamente para que nos tornemos um país
mais digno e, sobretudo, menos desigual. Temos uma longa trajetória de lutas
pelo acesso à educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis para
as crianças, jovens e adultos.
Em
toda a nossa história, foram conquistadas mais de 2 mil escolas públicas,
reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC), nos acampamentos e
assentamentos em todo o país, que atendem a crianças, adolescentes e adultos.
Milhares de camponesas e camponeses, organizados pelo MST, tiveram acesso a
alfabetização e se formaram no ensino fundamental, médio, cursos técnicos e em
nível superior. Há filhos e filhas de famílias assentadas em mais de cem turmas
de cursos formais e mais de 4 mil professores foram formados, a partir das
lutas pela educação pública, considerada pelo Movimento enquanto um direito
básico.
Enfatizamos,
que enquanto movimento de luta pela terra, pela reforma agrária e pela
transformação da sociedade, continuaremos defendendo os direitos e a cidadania
plena para todas as pessoas, em especial aquelas que vivem no campo.
Por
isso, nós não só lutamos como fomentamos a educação no país e, diante de tudo
isso, exigimos não só imediato direito de resposta, como desafiamos a mesma
emissora a se propor a um jornalismo sério e de qualidade que preze pelos fatos
e não interesses políticos.
Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
11
de fevereiro de 2019, São Paulo - SP
Fonte:
Brasil de Fato
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