Imagem: Arquivo DCM |
O ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Durán afirmou ao
jornalista Jamil Chade, em Madri (Espanha), que foi extorquido por pessoas
ligadas à Lava Jato quando seu nome surgiu nas investigações envolvendo a
empreiteira, em 2016.
Para livrar-se da cadeia, Durán teria pago US$ 612 mil ao advogado Marlus Arns, ex-sócio da mulher do
ministro da Justiça Sérgio Moro, Rosângela Wolff Moro, em Curitiba (PR).
O nome de Tacla Durán aparece num dos
diálogos entre Moro e o procurador
chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol,
que vêm sendo publicados pelo site The
Intercept Brasil desde 9 de junho.
Na conversa, registrada pelo Telegram em 31
de agosto de 2016, Moro questiona Dallagnol sobre o fato de a força-tarefa
estar há “muito tempo sem apuração”,
no que este responde: “(…) O problema é
que as operações estão com as mesmas pessoas que estão com a denúncia do Lula.
Decidimos postergar tudo até sair essa denúncia, menos a op do taccla pelo
risco de evasão, mas ela depende de articulação com os americanos (Que está
sendo feita)".
Duran foi advogado da Odebrecht entre 2011 e
2016. A Lava Jato o acusa de movimentação irregular para a empreiteira e outras
empresas em vários países, além de lavagem de dinheiro.
O valor cobrado para aliviar a prisão seria
de US$ 5 milhões, mas Duran diz ter
pagado apenas a “primeira parcela”,
de US$ 612 mil, antes de fugir para
a Espanha. Ele acabou preso ao desembarcar no aeroporto de Madri, em 18 de
novembro, e ficou 70 dias detido. A Lava Jato pediu sua extradição para o
governo espanhol, que negou.
A força-tarefa considera Duran um
"fugitivo", mas a Interpol retirou qualquer alerta contra ele de suas
redes.
As declarações dadas a Jamil Chade e
publicadas nesta terça-feira (18)
pelo Uol constam de um documento
enviado ao Ministério Público da Suíça pelos advogados de Duran.
O documento foi uma resposta a
questionamentos feitos pela Suíça ao brasileiro, com base em transferências que
ele realizou a partir de uma conta no país europeu.
"Tacla foi extorquido e ameaçado
[…] o temor por sua vida o levou a pagar uma parte da extorsão. O advogado
Marlus Arns, que recebeu o pagamento -dinheiro que é apontado como uma das
justificativas para o bloqueio das autoridades suíças - já tinha trabalhado com
a mulher do [ex] juiz Sergio Moro, sendo outro sócio o advogado Carlos
Zucolotto Junior, que também foi sócio da mulher de Moro, e que hoje trabalha
com lobista profissional", diz o texto, segundo o
Uol.
Fontes: UOL e Brasil de Fato
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