domingo, 6 de outubro de 2019

A INFÂNCIA QUE RESISTE artigo de opinião por Francis Rubens

Imagens: reprodução

Dia 27 de setembro de 2019, início da festa de São Francisco no município de Petrolândia – PE, em meio a quermesse e atrações de peso para a região o que veio a ser o assunto a mais repercutir foram as crianças. Naquela noite durante a atração principal duas meninas roubaram a cena só que da pior forma.

Durante a apresentação de "Samyra Show" duas menores subiram no palco para dançar rebolando a té o chão, como se não bastasse estarem ali ouvindo músicas que têm como principais temas sexo e bebidas, ainda foram exposta de forma extremamente sexualizada. Na mesma semana que um programa de TV nacional exibia meninas de maiô para terem os corpos julgados a exposição ocorrida em Petrolândia virou o principal assunto em todos os blogs e grupos de Whatsapp.

O que não foi comentado é que a poucos metros de onde a infância vinha sendo atacada havia uma resistência. Um pouco antes num palco menor, com menos gente, menos produção e menos apoio as meninas do Pastoril Esperança se apresentavam. Ali em frente a igreja crianças se apresentando como crianças que são e representando a infância de muitas senhoras e senhores que saiam da igreja.
Muito além da disputa travada entre o cordão azul e o encarnado, havia uma disputa muito maior. Ali, sem perceberem, aquelas pequenas guerreiras estavam travando uma luta pela memória de um povo, pela tradição de um lugar e pela infância. Era ali com pandeiros coloridos e seus sorrisos que elas sem perceberem estavam formando uma trincheira de esperança.


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