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A questão da volta às aulas é permeada por complexidades e contradições em todo o Brasil. Por um lado, com a reabertura econômica, muitas famílias voltaram a trabalhar, mas as crianças permanecem em casa, e por outro, há chances do aumento de contágios nas escolas, já que os profissionais da área ainda não foram vacinados e as escolas da rede pública estadual e do município não têm estrutura suficiente para manter os protocolos.
O Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, elaborado no fim de janeiro pelo Ministério da Saúde, estabelece uma ordem de vacinação baseada em princípios da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas estados e municípios têm autonomia para montar seu próprio esquema de vacinação e dar vazão à fila de acordo com as características de sua população. Ainda assim, o plano de imunização da capital prevê a vacinação dos profissionais de educação apenas na fase 4.
Atualmente, apenas o ensino médio da rede estadual e as escolas particulares contam com aulas presenciais.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, o novo calendário prevê a retomada das aulas presenciais dos anos finais do Ensino Fundamental em 15 de março, enquanto os anos iniciais, com volta em 22 de março. Já a Educação infantil deve voltar a receber as crianças apenas no dia 29 de março.
Ainda em 2020, a volta às aulas no ensino médio e nas Escolas Técnicas Estaduais (ETE) foram responsáveis pela rápida contaminação da comunidade escolar. Ivete Caetano, trabalhadora da educação e vice-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) afirma que a possibilidade de retorno tem sido difícil para a categoria “O protocolo setorial da educação não corresponde às necessidades de segurança sanitária. A covid-19 não está só dentro da escola, os alunos pegam ônibus para chegar na escola, muitos professores pegam ônibus superlotados. É uma contradição: na escola a gente exige o distanciamento de um metro e meio, e no ônibus não tem um centímetro de distanciamento”.
Sobre a vacinação dos professores e outros trabalhadores da educação como pré-requisito para o retorno às aulas, a vice-presidenta do Sintepe aponta que a medida é necessária: “Se as escolas devem ficar abertas para garantir o direito à educação, então vacinar esses trabalhadores têm uma relação direta com esse direito, porque eles precisam estar protegidos para trabalhar. Os jovens adultos são a faixa etária que tem maiores possibilidades de contaminação justamente porque estão se expondo ao trabalho e essa é a faixa etária da nossa categoria”, explica a sindicalista.
O Governo do Estado ainda não se pronunciou sobre a manutenção das aulas presenciais mesmo com o claro aumento de casos de Covid-19 crescendo no Estado.
Fonte: Brasil de Fato
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