Fotos: Daniel Filho |
“Não vou sair do campo pra pode ir pra
escola, educação do campo é direito e não esmola”
Refrão
de canção entoada pelo Movimento dos Sem Terra
No dia 23 participamos da formatura da turma do EJA Campo, séries iniciais, de Petrolândia no assentamento
Canaã, localizada na estrada da reta. Ouvimos relatos que ilustraram o
sofrimento e persistência de acampados para garantir o direito a essa
modalidade de ensino.
Dificuldade de acesso, ausência de iluminação
no início das aulas foram algumas das dificuldades narradas até aquele momento.
Nas falas dos participantes da mesa o reconhecimento do esforço coletivo de
estudantes e professora para a construção do conhecimento voltado para os
saberes do campo, além da promessa de muita luta:
“Há questões básicas para o
enfrentamento e cobranças em 2016: o fechamento de escolas. Nós do movimento
temos como princípio uma escola do campo, com uma pedagogia própria do
movimento com educadores e educadoras formadas dentro dos moldes ideológicos do
movimento. No ano de 2016 vamos fazer muitas batalhas relacionadas a reabertura
de escolas nos assentamentos de reforma agrária e nos acampamentos. Vamos
cobrar das autoridades, seja municipal, estadual ou federal, vamos fazer as
lutas para que as famílias tenham conquistas efetivas em um ano que será tão
marcante na história do movimento: 20 anos de impunidade de Eldorado dos
Carajás”.
Francisco
Terto – coordenador do MST Petrolândia
A educação é vista como emancipação social,
cultural e política. As aulas são organizadas em regime de alternância
intercalando um período de convivência na sala de aula com outro no campo. O
professor precisa conhecer a realidade da comunidade quando no período em que
as salas estão vazias para melhor produzir suas aulas e projetos educacionais.
HISTÓRIA
A metodologia foi criada por camponeses da
França em 1935. A intenção era evitar que os filhos gastassem a maior parte do
dia no caminho de ida e volta para a escola ou que tivessem de ser enviados de
vez para morar em centros urbanos. No Brasil, a iniciativa chegou com uma
missão jesuíta, no Espírito Santo, em 1969. Logo se espalhou por 20 estados, em
áreas onde o transporte escolar é difícil e a maioria dos pais trabalha no
campo. Os alunos têm as disciplinas regulares do currículo do Ensino
Fundamental e do Médio, além de outras voltadas à agropecuária. Quando retornam
para casa, devem desenvolver projetos e aplicar as técnicas que aprenderam em
hortas, pomares e criações.
Até 1998, os estudantes que se formavam
nessas instituições ainda precisavam prestar um exame supletivo para conseguir
o diploma, mas no ano seguinte o regime foi legitimado pelo MEC. Hoje, são 258
escolas com pelo menos 20 mil estudantes em todo país - e índices de evasão
baixíssimos (veja o mapa).
Fonte:
Nova Escola
Pela garantia da educação no campo e pela disseminação do formato da alternância para vermos concretizar a formação plena do cidadão tomando posse de seus saberes em defesa do coletivo.
Abaixo vídeo que traça o perfil da educação e fotos da formatura do EJA CAMPO no Canaã.
Abaixo vídeo que traça o perfil da educação e fotos da formatura do EJA CAMPO no Canaã.
Foto: Natan Caetano |
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