Montagem: Opera Mundi |
...Mas todo fascista escolheu Bolsonaro. O
que é o fascismo? Quais suas características e em que se assemelham ao perfil
da candidatura que pode sepultar de vez a jovem democracia brasileira?
O Blog
Gota D’Água dedica sua milésima publicação (para ódio de muitos) para
explicar. Artigo de opinião por Daniel Filho
UM
POUCO DE HISTÓRIA
Entre as décadas de 1920 e 1940, surgiu e
desenvolveu-se, em alguns países da Europa, o fascismo. Sistema político surgido em meio a um conturbado cenário
político, econômico e social deixado pela Primeira Guerra Mundial,
principalmente na Itália, representado pelo líder Benito Mussolini, e Alemanha,
onde ganhou o nome de nazismo e foi liderado por Adolf Hitler.
Benito Mussolini resgatou este símbolo ao
fundar o Partido Nacional Fascista em 1922. O símbolo deste partido era o feixe de lenha (origem da
palavra fasci = feixe), tendo como
pano de fundo as cores da bandeira italiana (entenderam a primeira
“coincidência”?).
CARACTERÍSTICAS
E SEMELHANÇAS ENTRE O FASCISMO EUROPEU E BRASILEIRO
Plínio Salgado, criador do primeiro movimento
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Totalitarismo, ultranacionalismo, militarismo, culto à força,
censura, propaganda (difamatória aos opositores e de onipotência a seu
regime), ataque a minorias
(homossexuais, negros, indígenas...) e antissocialismo.
São as principais marcas do fascismo italiano e alemão que tão bem se encaixam
com a persona do “mito”.
Engana-se quem pensa que essa é a primeira manifestação brasileira do fascismo. Em 1932, com um documento conhecido como o Manifesto de Outubro, a Ação Integralista Brasileira (AIB) foi fundada por Plínio Salgado, Miguel Reale e Gustavo Barroso. Com um discurso que exaltava o nacionalismo, atacava o comunismo, defendia a necessidade de um partido único nacional em muito se assemelhando ao atual movimento pró-Bolsonaro.
Todas as frases foram proferidas por ele e podem
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Inutilmente seus seguidores tentam apagar ou
tirar de contexto as declarações de seu candidato:
saudação a torturador e defesa de tortura como prática; afirmou que não pagaria o
mesmo salário às mulheres, que “menino
que nasce com ‘jeitinho’ gay deveria apanhar para virar homem”, que
quilombola não servia nem pra procriar e se pesa em arroba, entre outras
barbaridades; defende posse e porte de armas; estimula e propaga as chamadas
“Fake News” (falsas notícias, como o “kit gay”); discurso nacionalista com
prática inversa, sempre em defesa da entrega das riquezas naturais aos Estados
Unidos e
censura são alguns dos muitos pontos em que as histórias de Mussolini, Hitler, Plínio e
Bolsonaro se encontram.
"Todo
fascismo tem ao menos três características fundamentais. Primeiro, ele é um
culto explícito da ordem baseada na violência de Estado e em práticas
autoritárias de governo. Segundo, ele permite a circulação desimpedida do
desprezo social por grupos vulneráveis e fragilizados. O ocupante desses grupos
pode variar de acordo com situações históricas específicas. Já foram os judeus,
mas podem também ser os homossexuais, os árabes, os índios, entre tantos
outros. Por fim, ele procura constituir coesão social através de um uso
paranoico do nacionalismo, da defesa da fronteira, do território e da
identidade a eixo fundamental do embate político". Explica
o filósofo e professor da USP Vladimir
Safatle.
EM
PETROLÂNDIA
Candidatos do PSL quebram placa em homenagem
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O perfil do eleitorado no município se divide
entre os que votaram em Aécio em 2014 (geralmente ricos empresários, emergentes
ou pobres manipulados a crer que um dia, se forem muito esforçados, serão tão
ricos quanto seus patrões) e os que vão votar pela primeira vez motivados pela “modinha”.
Eis porque afirmo que nem todos são
fascistas, uma parte é pega pelo discurso fácil da imagem de “um pai que vai cuidar deles e dar jeito na
casa”. São bombardeados todos os dias com notícias falsas e montagens
grotescas seguidos de um pseudocristianismo que prega uma SODOMA (que só existe
no preconceito deles) e que somente eles irão conseguir “salvar a pátria”. Esse
apelo hipnotiza os mais incautos que, logicamente, não querem ficar “do lado do
mal”.
Em discurso incitando à "metralhar" os petistas |
Há a outra parte que sempre carregou em sua
persona o desprezo pela democracia, pelos pobres, negros, mulheres,
homossexuais. Sem vergonhas mostram as marcas do fascismo em suas atitudes,
tais como a violência, falso moralismo, vigilância e censura.
Em grupo de organização da carreata
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As mídias locais (blogs e redes sociais) que
se posicionam contrárias ou mesmo neutras ao que pensam são atacadas
constantemente. Professoras e professores também passaram a serem alvos, caso
não demonstrem apreço ao fascismo. Alguns com anos de história e carreira reconhecidas
nacionalmente através de prêmios e publicações, passaram a ser alvos de
vigilância em suas aulas (sempre com um celular prestes a filmar qualquer coisa
que identifiquem como “doutrinação marxista”), boicote às aulas, ataques de
baixo calão em redes sociais, enfrentamento agressivo em sala, além de
pichações no patrimônio público com dizeres: “Mito”, “Bolsonaro 2018”, são
alguns dos exemplos do que a “modinha” gerou.
Petrolândia sempre foi pacífica e, creio,
continuará a ser. Mas o resultado do “terceiro turno” (sentimentos e atitudes
pós eleição) além de não ser facilmente previsível, necessitará de um olhar
atento das autoridades responsáveis para não vermos a barbárie substituir a
calmaria.
Aos principais nomes políticos no município que
fazem uso do nome de Lula e do legado do PT para pedir votos aos seus
candidatos golpistas, mas que se omitem (ou mesmo quando não financiam as caras
atividades de militância do grupo na cidade) perante a única candidatura que
oferece riscos à nossa fragilizada democracia precisam saber que deverão arcar
com as consequências de suas tendenciosas “omissões”.
Dia 7 de Outubro há treze opções de votos,
por que escolher a mais desumana?
Fontes:
https://www.suapesquisa.com/historia/fascismo.htmhttps://super.abril.com.br/historia/o-fascismo-no-brasil/ MATÉRIA
RELACIONADA http://www.bloggotadagua.com.br/2017/03/jair-bolsonaro-por-jair-bolsonaro.html
Método como agem: na ausência de
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Seu "símbolo" é reproduzido por crianças |
Uma ótima comparação histórica, faz muito sentido.
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